Prólogo: A Implacável

Aglomerado Artemis Tau. Sistema Knossos. Planeta Therum.

O planeta Therum se encontra dentro do perímetro proclamado pela Aliança. É neste planeta rico em recursos minerais que se encontra em missão, "a indomável", ou talvez seria melhor chamá-la de "implacável".

A tenente Jane Hannigan fora mandada ao planeta industrial no intuito de averiguar o que ocorreu em uma estação de mineração que parou de responder aos chamados da Aliança alguns dias atrás.

Para não chamar atenção, a soldado fora mandada sozinha ao local. Em uma pequena aeronave Kodiak. No caminho o piloto permanecera em silêncio durante todo o percurso até chegar ao ponto de desembarque a aproximadamente 1 km da estação.

Descendo do pequeno ônibus espacial, em meio a formação rochosa, Hannigan já pode avistar a pequena estação. De onde se encontra não é possível se ver a movimentação de pessoas no local, mas aparentemente há uma pequena aeronave em frente a entrada principal.

Analisando de onde se encontra é possível se ver, além da entrada principal, que parece haver uma outra entrada aos fundos, mas sem se aproximar, não há como dizer se qualquer uma das duas se encontra aberta e operacional.

Há ainda um posto de observação acima da construção principal, que pode ser acessado por uma rampa de metal.

Descendo do onibus olho ao meu redor e em meio as formações rochosas avisto meu alvo. As instruções eram simples, checar o que havia de errado ali. Mas depois de tantas missões o que menos esperava naquele momento é que fosse algo tão fácil quanto parecia.

Meus superiores adorariam dizer que fui M.I.A., mas não daria esse prazer a eles. Não hoje.

Ponto de observação identificado, alvo prioritário e rota definida.

Do alto pode haver alguém observando o perímetro. Se aproximar por terra: perigoso. Se houver um atirador ali, serei abatida facilmente.

Busco abrigo nas proximidades e aguardo até que a visibilidade esteja baixa. Assim que possível, iniciando a rastejar até o local, utilizando todos os obstáculos no caminho para me cobrir, sempre observando o ângulo de visão do observatório para não ser pega de surpresa, tento chegar até a rampa que dava acesso ao lugar, observando se havia alguma movimentação.

No local haviam diversos obstáculos os quais podiam servir de cobertura para a tenente se aproximar do posto de observação que era completamente fechado. Ao redor deste haviam vidros escuros e, de fora, não dava para ver o interior.

A rampa dava acesso a uma porta de aço automática que se encontrava fechada.

O posto não tinha mais de 5 metros de profundidade por 2 de largura (lado em que se encontrava a porta).

Perímetro livre, até agora.

Se há alguém no interior do posto, não me viu ainda, o que me deixa em vantagem.

Levo a mão até minha shotgun, só pra garantir. Checo mais uma vez o exterior, se houve alguma movimentação, olho para a aeronave na entrada, talvez haja alguma pista de a quanto tempo ela se encontra ali. Talvez haja algum símbolo no veículo, algo que a identifique como sendo aliado ou não.

Concluindo minha análise exterior, é hora de agir. Com a arma em mãos salto na direção da porta, ela devia abrir ao mesmo tempo em que eu estivesse em posição para responder a qualquer coisa que ali estivesse. Tento então me posicionar lateralmente, para assim que ela se abra possa analisar o interior de um ângulo seguro.

Olhando em direção a pequena aeronave que estava no local, Hannigan não consegue visualizar nenhum símbolo que lhe diga a quem esta pertence. Não há ninguém do lado de fora em parte alguma.

Se aproximando da porta que dá acesso ao posto de observação esta se abre automaticamente. Assim que isso ocorre a tenente sente um odor familiar, sangue.

Olhando para o interior do local ela avista um corpo em uma poltrona. A poltrona estava virada na direção da porta, de lado para os monitores do painél de controle. O corpo era de uma humana aparentando mais de 30 anos, tinha várias perfurações no peito, aparentemente ocasionados por disparos, vestia um uniforme comum de operários servindo à Aliança.

Os monitores do painél de controle estão fora do ar, ou com mal funcionamento, só mostrando chiados.

Um corpo. Mulher, pega desprevenida. Ainda se encontrava sentada quando foi surpreendida por esta entrada, não teve tempo de reagir.

Vou até o corpo e analiso mais de perto as perfurações. Observo que foram vários disparos para garantir que ela não sobrevivesse.

Quem quer que tenha feito isso chegou aqui sem ser visto, ou era alguém que se podia confiar e tinha acesso livre à estação.

- FILHO DA PUTA!

Bato na parede pra descontar o sentimento que passa na minha cabeça ao imaginar o que pode ter ocorrido.

Mas de nada adianta ficar aqui, se o criminoso ainda está por aqui, eu vou encontrá-lo. E quando isso acontecer...

Volto minha atenção aos monitores e procuro algum comando que possa reproduzir gravações recentes na estação, se não encontrar nada tentarei ativar as câmeras pra checar alguma atividade no interior.

Após analisar o corpo da mulher a tenente analisa os monitores presentes na sala. No entanto, não consegue ativar nenhum comando que possa reproduzir o que fora captado pelas câmeras de segurança.

Sua especialidade também não é o reparo de aparelhos eletrônicos e ela não obtém sucesso ao tentar reativar o sistema de segurança do local.

Pelo visto terei de fazer isso da maneira mais difícil.

Me movo do posto de observação com cautela observando a área exterior. Utilizar a entrada principal seria óbvio demais, talvez haja alguma armadilha.

Caminho até a entrada dos fundos observando qualquer coisa que me chame atenção no meio do caminho.

Chegando lá observarei as condições do local, se há alguma trava de segurança ou se posso adentrar livremente.

Indo até a entrada dos fundos, a tenente encontra mais um corpo, um homem aparentando mais de 40 anos, recostado junto à parede. Estava com a mão esquerda no abdômen que estava completamente tingido de sangue. Aparentemente foi atingido à queima roupa, a parede atrás dele também está manchada de vermelho.

Quanto a entrada, ela estava trancada. Havia um painél lateral de reconhecimento biométrico que devia acionar a porta e fazê-la se abrir.

Observo o corpo do homem próximo a porta. Atingido no abdômen. Pela quantidade de sangue deve ter sido um disparo de shotgun, diferente dos disparos no corpo da mulher da torre de observação. O que me leva a crer que há mais de um criminoso no local.

Isso explicaria o fato de não terem tido tempo de reagir, foram atacados em diferentes locais da estação ao mesmo tempo.

Se são criminosos que vieram até aqui, não chegaram usando o veículo que está à frente. Devem ter vindo se camuflando entre a formação rochosa para surpreender os trabalhadores.

Se a nave pertence à eles, foi trazida depois, por um terceiro elemento, após terem exterminado todos os que aqui se encontravam.

Minha mente estava acostumada com situações deste tipo e diversas idéias do que poderia ter ocorrido surgiam naturalmente. Não podia afirmar de imediato se eram próximas da realidade ou não, mas analisando e raciocinando a respeito do que observava, ajudava a me preparar para o que estivesse por vir.

Por hora irei partir da ideia que tenho ao menos 3 alvos.

Mas primeiro devo abrir esta porta. O sensor biométrico não deve ser problema, pois tenho um trabalhador do local logo ao lado. Vou até o corpo e ergo o homem o arrastando até o painel onde busco proceder a identificação o utilizando, se precisasse de suas digitais ergueria seu braço direito até o painel, se houvesse necessidade de reconhecimento da íris faria o possível para encostar o rosto dele próximo ao sensor abrindo as pálpebras da vítima.

Fazendo uso do corpo do trabalhador, a tenente consegue dar prosseguimento ao que planejava. A porta se abre ao realizar a identificação, revelando um corredor metálico.

O corredor tem aproximadamente 1 metro e meio de largura e 10 metros de profundidade, ao longo deste há 2 salas à esquerda e 1 à direita. As portas se encontravam abertas e Hannigan já podia ver parcialmente seus interiores.

A entrada da direita era um depósito. Umas das portas da esquerda dava acesso aos sanitários e a outra era onde ficavam os mantimentos. Do corredor podia ver alguns vestígios de disparos.

No final do corredor há outra porta.

Observo a disposição das marcas de disparos no corredor e nas salas. Andando o mais silenciosamente possível checo o interior de cada uma das entradas, observando se há mais vítimas, se há alguma movimentação ou algum objeto relevante deixado pra trás.

Tudo me leva a crer que quem quer que tenha feito tudo isso ainda esteja por aqui. Tenho de ser cautelosa.

Após checar as salas abertas, me aproximo da porta no final do corredor observando se está aberta ou trancada. Tento ainda ouvir qualquer ruído que esteja sendo emitido do outro lado dela.

Já estava com minha shotgun nas mãos pronta pra o que estivesse do outro lado, mas tinha de ter certeza de que não estava pulando em uma armadilha antes de agir.

______________________________________________________________
Faço teste de percepção pra ver se escuto alguma movimentação.

O membro 'Jane Hannigan' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd100' : 15

Observando as salas dispostas ao longo do corredor, Hannigan observa que os disparos devem ter sido efetuados no sentido que ela mesma fez, da entrada dos fundos.

Havia um corpo de um trabalhador no depósito e mais 2 onde ficavam os mantimentos. Além dos corpos nada mais havia chamado sua atenção.

Tentando perceber algum ruído do outro lado da porta ao final do corredor, a tenente apenas escuta um barulho de metal se colidindo com algo, mas o barulho é muito baixo e parece vir de outro aposento mais afastado.

A porta se encontrava travada, mas sua abertura se dava por meio de um botão no centro desta, não exigindo nenhum tipo de identificação especial.

O barulho de metal podia ser qualquer coisa, máquinas trabalhando ou pessoas movendo algum objeto. Teria de ir até lá para averiguar do que se tratava.

Me preparo para entrar no próximo local, pressiono o botão e seguro minha arma apontando para frente, pronta para disparar.

Como não sei com certeza o que me espera do outro lado fico encostada junto à uma das paredes. Abrir a porta e permanecer exatamente no centro me faria um alvo fácil demais.

A porta se abre e logo de imediado Hannigan vê uma mesa no centro do local, sobre ela, uma shotgun. Ao lado da mesa haviam algumas caixas metálicas de pouco mais de 50 cm de altura e sobre elas, um salarian estava digitando algo em um datapad.

O salarian usava armadura de tons marrons, Hannigan podia perceber que em sua armadura haviam manchas de sangue. Ele parecia distraído mas sua atenção se volta para a direção de onde a tenente veio, o que o surpreende. Ele olha diretamente para a arma que Hannigan tem em mãos e por um momento faz menção de tentar pegar a sua arma, mas acaba ficando imóvel e ergue um pouco as duas mãos.

Salarian merc: - Calma-não-é-o-que-pensa-humana. Estou-aqui-a-trabalho, vim-coletar-um-material, cheguei-e-estavam-mortos!

O salarian fala de modo característico, sem pausar entre as palavras, de modo que é até um pouco complicado compreender o que estava dizendo. Ele estava visivelmente nervoso, mas não fazia nenhum movimento brusco diante da tenente.

Salarian merc: - Podemos-conversar-e-esclarecer-tudo-ok?

Meu coração começa a bater mais rápido ao ver o mercenário logo a minha frente. Meus músculos parecem se enrijecer, me preparando para agir.

Posso ouvir suas palavras, mas não busco compreender nenhuma delas. O frenesi quase toma conta de mim, mas me contenho por um momento.

- QUEM ORDENOU ISTO?!

Pergunto com a voz firme, mas mantendo um baixo tom de voz, enquanto dou alguns passos lentos à frente, sem parar de mirá-lo com minha shotgun.

Qualquer que seja a motivação dele, ele não é imbecil. Pôde dizer só de me ver que era uma humana, provavelmente pela minha armadura.

O salarian parece desconfortável com a pergunta da tenente. Ele se levanta lentamente sem fazer movimentos bruscos, ainda com as duas mãos um pouco erguidas a frente.

Salarian: - Humana-eu-disse-que-não-sou-responsável-por-isso! Vim-a-trabalho-eles-já-estavam-mortos-quando-cheguei, nada-pude-fazer. Abaixe-a-arma-para-conversarmos.

Hannigan pôde ouvir mais uma vez mais um som metálico como o que ouviu do outro lado, mas agora parecia vir claramente do subsolo.

Olhando de lado, atrás de onde o salarian estava, havia uma passagem para o nível inferior.

Aquilo que o salarian disse não era o que eu gostaria de ouvir. Ele ignorou minha pergunta e tenta me enganar com seu jogo de palavras.

Aperto o gatilho sem pensar duas vezes.

- RESPOSTA ERRADA!

Busquei um disparo no abdômen dele, assim como deve ter feito contra o homem que foi assassinado do lado de fora, daria o mesmo prazer a este imbecil.

Eu tinha plena consciência de que o disparo poderia chamar atenção de outros que estivessem no lugar, mas não me importava com isso. Se viessem até mim, melhor ainda.

Se forem se esconder também não havia problema, sentiria prazer em caçá-los.

----------
Atiro nele com a shotgun.

O membro 'Jane Hannigan' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd100' : 75

O disparo de Hannigan acerta o Salarian em cheio, abrindo um buraco em seu abdomên que, em poucos segundos começa a transbordar sangue. Pelo visto ele não tinha escudo ativado.

O salarian vai ao chão caindo sentado, levando uma das mãos à ferida. Ele tenta esticar a outra mão para pegar a sua arma mas não tem forças para isso.

Salarian: - Humana... você-vai... morrer... aqui...

A cabeça do salarian se abaixa e este parece perder a consciência, ou morrer.

Segundos após o ocorrido Jane escuta um ruído que parece vir do comunicador dele.

Voz distorcida: - Vik? Vik?...ShSHhshSHhh... ouvimos um barulho aí em cima, aconteceu alguma coisa?

O sangue do salarian começa a se esparramar pelo chão.

--------------
+ 1 pt xp
+ 1 pt renegado

Me aproximo do salarian e coloco a mão esquerda junto ao pescoço dele pra ver se está realmente morto. Caso esteja vivo ainda, quebro o pescoço do infeliz.

Se estiver morto, pego o comunicador e pressiono o botão para falar.

- Ele não pode responder... mas não se preocupe, logo você se juntará ao seu amigo.

Em seguida quebro o comunicador com as mãos. Observo ao redor da sala se havia alguma porta ou apenas a escada para o subsolo. Se não houver nada começo a descer com minha arma empunhada cautelosamente.

Ao observar o local onde estava, além da porta de onde veio e da passagem para o subsolo, havia uma porta metálica maior do outro lado. Pelo formato desta e pela estrutura da estação, esta porta maior dava acesso a entrada principal.

Descendo as escadas Hannigan vê diversas máquinas e estruturas metálicas, mais ao fundo parecem haver mais caixas metálicas como as que estavam próximas do salarian na sala anterior.

Além disso ela percebe que há uma movimentação por trás dos pilares de metal, aparentemente 2 homens armados se encontram ali, usando os obstáculos para dificultar a visão da tenente.

Voz masculina: - Quem está aí? O que quer? O que fez com Vik?

Por baixo do capacete abro um sorriso, está fácil demais. São tão descuidados que já começam anunciando onde estão.

Procuro cobertura também, mas fico observando se consigo uma linha de visão clara de um dos para uma investida. Tendo calcular também a distância que me encontro dos dois. Se houver espaço para aproximação chegarei o mais próximo possível usando os obstáculos para tentar evitar ser atingida.

Ouço o questionamento de um deles, já deve estar nervoso a essa altura. Minha adrenalina sobe ainda mais com a excitação do combate.

- Vou logo te mostrar o que fiz com o salarian...

De onde viu inicialmente a movimentação dos homens, Hannigan estava a aproximadamente 45 metros deles. Podendo se aproximar por mais 7 metros sem muita dificuldade devido a grande quantidade de obstáculos.

No caminho a tenente ainda escuta os homens discutindo.

Voz masculina: - Droga Mitchel, eu disse que estavamos demorando demais! Não deviamos ter voltado aqui depois de levar a primeira parcela. Devem ter desconfiado e mandado alguém verificar.

Voz masculina 2: - Cala a boa Jared. Tudo que temos de fazer é matá-lo e dar o fora daqui!

Hannigan podia ver um deles parcialmente, parecia ser humano. O outro estava encoberto por um obstáculo, mas aparentemente estava bem próximo do outro.