Prólogo: A Justiceira

Nebulosa de Omega. Sistema Sahrabarik. Omega.

Dizem que o bom filho sempre retorna a sua casa. Talvez este não seja o caso da Asari que retornara ao local onde sua vida tomou um rumo inesperado mais de 25 anos atrás.

Omega, a contraparte obscura da Citatel, localizada fora da área de jusrisdição do Conselho. Lar de criminosos e contrabandistas, tida também como terra das oportunidades. O local ideal para se conseguir o tipo de desafio que ela buscava.

Mas Ran T'Rie conhece bem o local e, apesar de todos esses anos, ainda possui alguns contatos por aqui. O mais significativo desses contatos, sem dúvida é Aria T'Loak, sua antiga chefe, se é que se poderia chamá-la dessa maneira.

Procurar a entidade mais poderosa de Omega é sem dúvida uma boa opção, mas Ran sabe que se aproximar dela não seria fácil, principalmente pelo fato de que, desta vez ela não estava procurando por emprego no clube Afterlife como fizera anos atrás.

E o local se encontra recheado de memórias que só a Asari pode afirmar se são boas ou ruins. O volume da música continua o mesmo, quase ensurdecedor, as dançarinas podem não ser as mesmas, mas continuam fazendo o mesmo que ela fazia quando aqui trabalhava.

(Omega...)

Ran estava pensativa ao chegar ali depois desses anos que se passaram.

(Pensei que nunca mais viria aqui... mas acho que não posso evitar, sou apenas uma pequena mariposa e esse local é como a chama mais ardente da galáxia. Mesmo com todo treinamento que tenho feito os últimos anos, nada se compara ao que esse lugar pode oferecer...)

Ran caminhava atentamente olhando cada uma das pessoas nas ruas da cidade até entrar no clube que por algum tempo trabalhou.

(Afterlife... o nome talvez se encaixe bem comigo...)

Ran olha para os lados, procurando rostos conhecidos, sem sucesso.

(Não... as pessoas que trabalharam aqui foram mortas e as que sobreviveram não voltariam para essa vida.)

Ran recorda quando Omega foi tomada pela Cerberus. Ela já havia tentado esquecer tudo aquilo muitas vezes, mas talvez sejam essas lembranças que forjaram a determinação que ela possui hoje.

(Tenho de encontrar Aria, tenho certeza que ela pode me direcionar a algo.)

Ran olha na direção de onde estaria a anfitriã, mas de onde estava não sabia dizer com certeza. Foi em direção a um dos guardas do local averiguar.

- Com licença. Gostaria de saber se Aria está disponível. Sou uma velha conhecida dela e acabo de chegar em Omega, tenho certeza que ela poderia usar meus serviços.

Ran falava num tom que demonstrava serenidade e sinceridade olhando fixamente nos olhos do guarda.

Ran parecia saber o local onde Aria costumava ficar, lá haviam 2 guardas, um em cada uma das escadas que davam acesso à area privativa. O guarda que Ran se aproximou era um turian armado com um assault rifle que não parecia muito amigável.

Ao ouvir o questionamento de T'Rie ele deu um pequeno suspiro e se pôs a falar de forma ríspida.

Guarda Turian: - Olha Asari, eu escuto isso o dia todo e a resposta vai ser a mesma, Aria não tem tempo pra perder com qualquer um. Agora vai dar uma volta pelo clube e me deixe em paz.

O guarda gesticula com a arma que tinha em mãos apontando para o outro lado do salão, para que Ran mova-se dali, demonstrando não estar disposto a conversar.

(Tolo...)

Ran pensou consigo mesma vendo a reação do guarda. Pelo visto ele não estava disposto a cooperar, mas Ran tinha em mente o motivo o qual a levou até ali e não desistiria tão fácil.

Apesar da "ameaça" ela sabia que o guarda não reagiria a força de imediato, então ela tentou uma aproximação mais drástica.

Deixou a energia fluir pelo seu corpo fazendo até mesmo seus olhos ficarem totalmente brancos, se aproximando ainda mais do turian.

- Acho que você não me ouviu direito. Eu vim aqui falar com Aria T'Loak. Dê meu recado à ela. Somente ela vai decidir se quer ou não me ver. Se não puder fazer isso eu mesma vou lá em cima procurá-la, de um jeito ou de outro.

Apesar das palavras mais duras, Ran continuava falando no mesmo tom de antes, aparentando continuar muito tranquila.

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OFF: TESTE DE INTIMIDAÇÃO CONTRA O GUARDA.

O membro 'Ran T'Rie' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd100' : 95

A expressão de poder fluindo pelo corpo da Asari parece surpreender o guarda que fica visivelmente perturbado.

Turian: - Ah s-sim claro! Me desculpe acho que não havia a compreendido! V-vou agora mesmo ver se Aria pode recebê-la!

O guarda leva uma das mãos ao colarinho da armadura parecendo tentar recuperar seu fôlego enquanto sobe a escada que vigiava sem ao menos questionar o nome da jovem Asari.

Cerca de 2 minutos depois ele retorna, agora mais calmo e aponta na direção de onde veio.

Turian: - Você pode subir, Aria disse que pode falar com você. Só não faça nada de estúpido em frente a ela, do contrário terá metade de Omega atrás de você...

O guarda abre espaço para que Ran passe sem mais questionamentos.

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Off: +1 pt de xp

Ao observar o guarda retornar afirmando que ela podia subir Ran expressa um pequeno sorriso.

- Agradeço a atenção e a cooperação.

Ela sobe as escadas com o mesmo ar de serenidade que havia chegado no local, se dirigindo até onde havia sido indicada.
Pensava nas palavras que usaria para falar com Aria, sabia que tinha de ser direta e ao mesmo tempo cautelosa.

No caminho vai ainda observando o local, a segurança e o modo que eles estão distribuídos pelo ambiente.

Logo ao subir as escadas, Ran pode observar a sua esquerda 2 guardas ao lado de corredores que dão acesso a outras áreas privativas do clube. A direita se encontram mais alguns degraus, mas de onde se encontra ela já pode ver outros dois guardas a esquerda e em um sofá na área central do local. Sentada neste se encontra ninguém menos que Aria que parecia aguardar a recém-chegada.



Aria olha em direção a Ran, parecendo reconhecer seu rosto de alguma forma, mas não esboça muita reação. Ela pega uma taça que estava à sua esquerda e bebe um gole do líquido que se encontrava nesta.

Aria T'Loak: - Então, a que vem até minha área, ameaça um de meus guardas procurando por mim e a faz pensar que estou disposta a ajudá-la?

Aria parecia calma e segura mesmo diante de uma desconhecida. Os guardas do local, no entanto, estavam atentos a qualquer movimentação suspeita da Asari que se encontrava diante de sua chefe.

Ran olha para Aria e ouve sua colocação em silêncio aguardano que ela terminasse. Permanecia com a mesma expressão que chegou no local.

- É bom vê-la novamente Aria, é bom também ver que seu humor continua o mesmo.

Ran sobe os degraus, mas não se aproxima muito de onde Aria estava pra não deixar os guardas preocupados.

- Acredito que não se lembre de mim, pois quando trabalhei aqui, 25 anos atrás, não fazia nada de significativo. Me chamo Ran, Ran T'Rie. Fui uma das Asari capturadas pela organização Cerberus quando estes a fizeram deixar o seu trono.

Ran usou um pouco de ironia na última colocação, mas sem mudar seu tom de voz.

- Mas hoje sou uma pessoa totalmente diferente da que saiu daqui. Busco desafios e, acredito que você possa ter algo a me oferecer.

Ran olhou fixamente nos olhos de Aria, sem mudar a expressão que tinha no rosto aguardando a resposta da anfitriã, não se mostrando incomodada com os guardas.

Aria: - Ran T'Rie...

Aria olhou na direção da jovem asari, aparentemente buscando em suas memórias alguma recordação da jovem.

Aria: - Você não era a asari que não sabia manipular energia biótica? Agora me lembro de você, era uma piada para as outras garotas...

Aria bebe mais um pouco de sua taça, apoiando o braço direito sobre o encosto do sofá, enquanto segurava a taça na outra mão.

Aria: - Desculpe, mas se o perigo que procura é se exibir em frente a um krogan fedorento veio ao lugar errado, não sou eu que contrato dançarinas.

Ran se manteve calma diante das provocações da anfitriã. Não se irritaria facilmente, o que não quer dizer ouviria suas provocações sem reagir de alguma forma.

Ran focou sua atenção na taça que Aria segurava. Fez a energia fluir pelo seu corpo a projetando até que ela se combinasse com o objeto de cristal nas mãos de Aria. Sua intenção era fazer com que a taça viesse parar nas suas mãos.

Se o plano inicial desse certo, seguraria a taça com uma das mãos e tomaria o restante do líquido, em seguida faria o copo estourar com seu poder.

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OFF: Teste de biotics... com pull da pra trazer o copo até mim e warp nele pra estourá-lo. Jogando 2 dados, se tiver de rolar mais me avise.

O membro 'Ran T'Rie' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd100' : 72, 22

Ran consegue realizar o movimento desejado sem muita dificuldade por se tratar de um pequeno objeto de simples manuseio.

Aria observa a atuação da visitante atentamente sem nada dizer. Porém, o mesmo não pode ser dito dos guardas que ali se encontravam.

Os 4 guardas que ali se encontravam imediatamente erguem suas armas, as apontando para a Asari. Um deles, mais exaltado chegou a dizer.

Guarda: - Está maluca em desafiar Aria neste lugar?! Qualquer gracinha e você volta pra Thessia agora mesmo com uma bala na cabeça!

Contrastando com os gritos do segurança, palmas são ouvidas. Um bater de palmas bem lento, vindo de Aria, que pareceu se divertir com a situação.

Aria: - Muito bom. Parece que você realmente aprendeu alguns truques como diz.

Aria acena para os guardas baixarem as armas, em seguida acenando para Ran, gesticulando com a cabeça para que ela se sente ao seu lado.

Ran fica satisfeita ao ver que sua demonstração deu certo. Ela vê os guardas apontando armas para ela, mas Ran continua calma como se nada tivesse acontecido.

Quando Aria a convida para sentar-se ela olha de lado para o guarda que havia gritado e apenas dá um leve sorriso, se dirigindo para próxima da anfitriã e sentando-se próxima à ela.

Ela fica atenta ao que Aria tem a dizer, ignorando os seguranças.

Aria esticou a mão esquerda até a mesinha que estava ao lado do sofá pegando uma nova taça, erguendo-a até que um dos seguranças percebeu o que ela desejava e foi até onde estava a garrafa com a bebida que Aria tomava anteriormente. O segurança encheu a taça de Aria, retornando em seguida para sua posição.

Aria tomou um gole antes de começar a falar e, olhando para frente sem encarar Ran iniciou.

Aria: - Posso ter um trabalho para você. Coisa simples. Poderia mandar um de meus homens, mas talvez uma Asari seja mais adequada.

Aria dá olha na direção de Ran por alguns segundos desviando o olhar em seguida, prosseguindo.

Aria: - Preciso que vá receber um "pacote". Caso aceite, você iria acompanhada de alguns mercenários, só pra garantir que nada de errado ocorra.

A Asari toma mais um pouco do líquido em sua taça ficando em silêncio por alguns segundos.

Aria: - Só tem um problema.

Ela então volta a olhar na direção de Ran e, após mais alguns instantes continua.

Aria: - O "pacote" será trazido pela Cerberus.

(Cerberus...?)

Ran tentou raciocinar sobre o que a anfitriã acabou de falar, mas sua mente foi preenchida de incertezas.

- Ceberus?! Mas esta organização não fora desestruturada anos atrás?

Ran não compreendia o que poderia ter ocorrido neste espaço de tempo, ela passou a maior parte do tempo se aperfeiçoando e não tinha ideia que a Cerberus podia ter voltado a agir.

- E que tipo de "pacote" é esse? Por que você precisa que alguém o recebe e não você mesma? É algum tipo de situação delicada?

Apesar da preocupação, Ran buscava se manter calma diante de Aria.

Aria, que observava a reação de Ran, volta a desviar seu olhar.

Aria: - Pelo visto você não sabia da reativação da Cerberus. Mas a organização não é exatamente a mesma de antes, pelo que sei. A Cerberus hoje se resume ao campo de pesquisa científica e é supervisionada pelo Conselho...

Aria toma mais uma vez o líquido em sua taça, prosseguindo.

Aria: - Ao menos é o que afirmam.

Ela então coloca a taça vazia na mesa lateral e se levanta ficando de costas para Ran.

Aria: - Mas você deve entender minha posição... e deve entender também que, depois do que ocoreu no passado, não posso arriscar um encontro direto com eles. É aí que você entraria.

Ela se vira e senta-se novamente no sofá, cruzando as pernas como faz de costume.

Aria: - Quanto ao "pacote" é algo que é apenas do meu interesse. Digamos que é um pagamento de uma dívida antiga. E se tudo der certo, posso ter um outro trabalho pra você.

Ran reflete sobre as informações ditas por Aria.

(Bom... Se a Cerberus é mesmo supervisionada pelo conselho, não é tão ruim quanto pensei.)

Apesar de algumas incertezas, Ran sabia que não podia deixar uma oportunidade como essa passar. Primeiro que ela poderia ver as intenções da Cerberus, segundo que ela poderia conseguir a confiança de Aria.

- Certo. Eu posso realizar o que está me pedindo. Só preciso que me informe a hora e local em que devo encontrar o pessoal da Cerberus para receber o pacote.

Ran olhou para Aria procurando demonstrar confiança e determinação.

Aria expressa num leve sorriso sua satisfação em ouvir as palavras de Ran. Ela então leva a mão direita em suas vestimentas e retira um datacard do bolso.

Aria: - Tudo que precisa é deste cartão. O encontro acontecerá num distrito residencial para não levantar suspeitas. O grupo de mercenários que irá a acompanhar estará em frente ao terminal à oeste da entrada principal de Omega, daqui a cinco horas. Mandarei um recado à eles avisando sobre você.

Aria entrega o cartão à Ran, neste havia escrito B-29.

Aria: - Este endereço fica no distrito de Gozu e se refere a um apartamento onde agentes da Cerberus estarão a aguardando. O cartão serve para destravar a porta do local e servirá como comprovação de que você trabalha pra mim. Não diga nada de desnecessário, apenas pegue o pacote e mande meus agradecimentos. Entendido?

Aria olha mais uma vez na direção de Ran aguardando sua confirmação.

Ran ficou um pouco apreensiva ao receber o cartão que daria acesso ao local de encontro. Se fosse uma armadilha as coisas poderiam não terminar bem para ela.

Apesar da consideração ela não iria recuar agora. Já havia dito que aceitaria o serviço e continuaria com sua palavra.

- Pode deixar, farei como deseja.

Ran guarda o cartão consigo e antes de se retirar procura saber se a anfitriã tem mais alguma recomendação.

- Há algo mais que eu deva saber? Se algo der errado, como devo proceder?

Aria: - Se algo der errado...

Aria cruza os braços e fala com desdém.

Aria: - Mate eles.

Ela então olha para Ran e dá um pequeno sorriso.

Aria: - Terminamos aqui, ou há algo mais que você queira saber? Eu adoraria conversar o dia todo com você, mas sabe, tenho outros assuntos a resolver.

Aria descruza os braços ficando bem a vontade onde estava, parecia até que havia se esquecido que Ran ainda estava ali, olhando em outra direção.

Ran compreende as instruções de Aria, se algo desse errado, se fosse uma armadilha ou algo do tipo, ela estaria preparada. Sua intenção era encontrar novos desafios, dessa forma, não podia reclamar.

- Entendido. E agradeço a oportunidade.

Ran se levanta de onde estava e vai descendo as escadas sem olhar para os seguranças. Apesar de saber que havia aceitado realizar algo no mínimo perigoso, estava confiante.

Como ainda havia algum tempo, Ran iria procurar algum lugar mais calmo para meditar. Em algum beco longe da música alta do clube.

Ao procurar um local mais calmo, os instintos de Ran T'Rie a levam até o beco aos fundos do clube Afterlife.

Tirando uma humana e um turian que estavam conversando próximo ao clube, o local estava bem tranquilo. Seguindo adiante de onde os dois desconhecidos estavam, havia um espaço bem propício para meditação.

Ran avista um local onde podia ter um tempo pra si mesma. Ela vai até o ponto mais afastado e se senta em posição de lótus para iniciar sua meditação.

Como de costume, Ran deixava a energia biótica fluir por todo o seu corpo enquanto meditava, o que também servia de proteção contra qualquer um que se aproximasse durante seu transe.

Ela buscou respirar fundo e esvaziar sua mente, mas diversas lembranças começaram a se manifestar além de seu controle.

Ela recordou quando foi capturada pela Cerberus e levada para servir de rato de laboratório. Ran não foi a única levada na ocasião, mas as demais não tiveram a mesma sorte e acabaram perecendo durante os experimentos.

É certo que sua vida mudou com o que aconteceu. Mas Ran tem sentimentos mistos a respeito da Cerberus, mesmo esta não sendo exatamente como a antiga, ela não sabe se pode confiar em encontrá-los.

Um outro problema permeava a mente de Ran, o pacote que iria receber. Ela não tinha a menor idéia do que era e Aria não disse nada de relevante. Seria algo perigoso? Um objeto? uma informação? Relíquia?

Milhares de pensamentos cruzam a mente de Ran a impedindo de meditar tranquilamente fazendo com que ela acabe desistindo.

Talvez seja melhor se distrair um pouco, antes de se encontrar com o grupo que a acompanharia.

Ran deixa o local e vai até o distrito comercial mais próximo, observar o que está sendo vendido, se há algo que lhe chame a atenção, etc. Ela também iria procurar um local onde poderia adquirir medi-gel.

No distrito comercial, Ran observa diversos estabelecimentos com todo tipo de armamento à venda, alguns ilegais inclusive. (consultar tabela de armas e armaduras)

Há indicações de uma clínica nas proximidades onde ela poderia conseguir medi-gel. Ao chegar no local, que estava praticamente vazio, Ran encontra uma máquina que disponibilizada o curativo e também pode fazer upgrade no sistema de armazenamento para ampliar a quantidade de medicamento que ela pode carregar.